5° Capítulo

>> sábado, 3 de julho de 2010

O celular tocava... Eu havia decidido que seria forte e não atenderia, mesmo sabendo que impedir a mim mesma de ouvir a voz do Brad era tão doloroso quanto a possibilidade de descobrir que, na realidade, ele não se importava comigo e sim em tirar sua parcela de culpa das costas. Ele merecia ficar preocupado. Eu devia ter deixado o celular no carro, quem sabe assim conseguisse me livrar da imagem dele na cama com minha amiga, pelo menos por uma fração de segundo. Flávia demorava com os nossos drinks e eu estava quase cedendo ao toque do celular. Ela veio em minha direção. Oito chamadas perdidas no visor. Ele havia cansado de me ligar. Porque será que eu nunca desistia de correr atrás dele?

- Eu não sabia o que você queria beber, trouxe um Sex on the beach!
- Bem propício a ocasião! – e ficamos ali rindo, sentadas no balcão tomando nossas bebidas. Flávia era incrível, me olhava nos olhos. Tinha certeza de que não era por acaso que tínhamos nos conhecido ali no alto daquelas pedras, havia algo nela...

Um remix de The Killers começava na pista e Flávia me puxava pela mão para dançar. Fomos para a rodinha onde estavam seus amigos. Ela saiu novamente para buscar um drink, e depois outro e outro. Eu não tinha noção do que dançava, mas dançava. Os meninos que estavam com a gente eram legais, eles faziam umas palhaçadas e eu ria muito. Não estava pensando nos meus problemas. Ficamos ali, umas quinze musicas ou mais já deveriam ter tocado, meus pés doíam. Que balada maravilhosa! Voltamos para o balcão e nos sentamos. Uma rodada de Tequila! Àquela altura da noite a única noção que eu tinha é que estava numa balada. Me dizia o quão idiota eu era. Numa balada em outra cidade, com pessoas que eu não conhecia e completamente fora de mim. Eu podia morrer. Mas Brad não se importaria, então eu também não me importava. Se ele me ligava eu ficava irrita por isso, e, se ele desistia de tentar me encontrar, eu me sentia péssima.

- Eu preciso fazer xixi! Mas porra, fiquei muito tempo sentada, nem sinto minhas pernas!

Flávia e eu nos levantamos com a ajuda de Gabriel e fomos até o banheiro. Eu mal conseguia tirar minha calça. Pelo menos tinha conseguido ser mais rápida que Flávia; saí do banheiro, lavei minhas mãos e fiquei esperando por ela ao lado do Box no qual ela estava. Então a porta se abriu e eu disse “Já estava quase chamando a polícia!”; ela me puxou para dentro e fechou a porta atrás de mim. Me olhou fundo com seus olhos verdes, o lápis preto carregado e borrado, e pude sentir seus lábios sobre os meus. A beijei de volta. Ela puxava meus cabelos suavemente e às vezes com força. Tirou minha camiseta e beijou meu pescoço. Meu celular voltou a tocar, talvez não fosse Brad e eu devesse atender, mas não tinha vontade alguma de ficar um minuto sequer longe dos braços de Flávia. Não atendi. Onde me imaginei enlouquecendo no banheiro de uma balada com uma menina? Alguém começou a bater na porta e nos assustamos.



- Puta merda! Quem será?
- Devolve minha camiseta!

Abrimos a porta, Flávia saiu e continuei no Box.

- Você não estava sozinha aí dentro que eu sei. Vi dois pares de pés! – disse a segurança da balada.
- Então você está vendo tudo em dobro, querida! Não fode com a minha noite!
- Escuta aqui, isso não é motel! – a mulher entrou no Box e me puxou pra fora. Fomos expulsas da balada, acompanhadas, feito delinqüentes, por quatro seguranças que mal nos deixaram falar com os meninos!

Entramos no carro e seguimos para o apartamento de Flávia rindo do acontecido. A estrada se movia debaixo dos meus olhos, e era difícil dirigir naquele estado, mas chegamos bem ao apartamento. Nos beijamos no elevador e nossas roupas ficaram jogadas no chão da sala. Acordamos às 11 da manhã com meu celular tocando Many Shades of Black, do Raconteurs. Era Brad; eu ainda estava meio bêbada, mas meus problemas estavam de volta, ou quem sabe, parte deles. Flávia estava acordando ao meu lado. Me enrolei no lençol e fui até a sala atender o celular.

- Porra, Anna!!! Até que enfim você atendeu esse celular, te liguei a madrugada inteira, estava quase chamando a polícia!
- Você me acordou! Que merda!
- Anna, você está bêbada? Onde você se meteu?
- Olha, Brad. Eu to na praia e eu to bêbada sim! Mas não me enche o saco que eu vou beber mais e quando você precisar de uma menina pra ir pra cama, me liga!

E desliguei o celular, que voltou a tocar em menos de 10 segundos depois. Estava escrito Brad no visor.

7 comentários:

Willian Lopes de Sousa Augusto 3 de julho de 2010 às 17:25  

Nossa!! agora vai!! cada vez melhor mas essa cena do banheiro..e a mudança da personagem já..agora sim babe! que venha terça! demorou esse capitulo mas que maravilha!!
Parabens..acho qure vou cansar de dar parabens !rsrs

Ronaldo 3 de julho de 2010 às 18:27  

Nossa, adorei a iniciativa do blog e da criatividade em criar um livro-blig.

PARABÉNS PARA OS AUTORES.

Anônimo,  3 de julho de 2010 às 18:48  

Adorei o layout, vou vir aqui para devorar mais os textos, bem provocantes, amei

PC Guimarães 5 de julho de 2010 às 13:31  

Eu não imaginava uma continuação dessa. Adorei! GO!GO!

Unusual Will 5 de julho de 2010 às 15:20  

UAAAU. OMG, isso tá muito bom!
AMEI AMEI AMEI os novos personagens e a continuação! Que delícia de blog, gzuis!

E Anna safadjeeenha hein! :x

Ahazou, Veh!

Vick Sousa 6 de julho de 2010 às 17:33  

OMG! Ahazou, eu amei muito msm.

Unknown 24 de julho de 2010 às 12:49  

"I kissed a girl, and I liked it"

uahuahuahua
ótimaa
tb escrevo um blog/livro
está mais pra blog/série mas tudo bem...o link é naohaescolha.blogspot.com/ se quiserem dar uma olhada

flws

ps.: continuando a ler...

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