14º Capítulo

>> sábado, 7 de agosto de 2010

Quando eu cheguei na delegacia, todos me olhavam como se eu tivesse a fórmula secreta com a cura da AIDS ou como se eu fosse uma daquelas vilãs de uma novela qualquer. Eu achei muito engraçado que eles não me colocassem algemas, porque só faltava isso mesmo.
Entrei no escritório do delegado.

-Sente-se minha jovem, preciso te fazer algumas perguntas.
-Será que isso poderia ser o mais rápido possível? Minha vida está bem desorganizada e atualmente minha tarefa principal é ficar cuidando da minha irmã mais nova de ressaca lá em casa, e acredite, ela é bem perigosa.

Eu dei uma risadinha, mas quando vi a cara dele, sério como um padre eu tratei de me explicar:

-Ah, não não não. Sabe, eu não quis dizer tipo, perigosa que mata pessoas, foi só uma expressão, uma uma uma, foi só uma...expressão.

Fiquei calada antes que eu fosse realmente algemada.

-Sou o delegado Michael, Anna. Não sou comediante, tudo bem?

(Mas ele era a cara do Jim Carrey, não dava pra negar).

-Ok, delegado Michael. Então se puder me explicar o que eu estou fazendo numa delegacia, seria interessante pra começarmos nossa conversa.
-Simples. Você esteve envolvida com Gabriel Ribeiro.
-Eu o conheci faz pouquíssimo tempo e por acaso. Não é o que eu chamo de envolvimento.
-Um mês é um envolvimento suficiente para tirar a vida de outra pessoa, Anna?
-O que? Mas...O que está dizendo? Vamos com calma aí senhor, eu não tirei a vida de ninguém. E sinceramente, eu acho até que estão tomando conta demais da minha.
-Eu não disse isso, minha jovem. Foi só uma pergunta observatória. Por que tanto medo?
-Medo?
-Medo.
-Não é medo, eu só estou...sabe...? Eu fui escoltada por uns cinco brutamontes até aqui, e eu tô no mínimo chocada, não acha?
-Assim como ficou chocada com a morte de Flávia Chateubriandt?
-O que você quer dizer?
-O que eu disse.
-Eu tinha um relacionamento meio incerto com a Flávia, ok? Não acho que lesbianismo tenha a ver com a morte dela, e meu beijo não é radioativo até onde eu me lembro. Foi um acidente. Estávamos meio cansados pela festa do dia anterior e não dormimos direito. Gabriel se distraiu por dois minutos ao volante, não acho que tanto alarme precisa ser criado ao redor do caso. Ele amava a Flávia tanto quanto eu. Eu estava lá, eu vi.
-Interessante. Sabe que não sabíamos dessa festa?
-Maravilha...
-Aliás, por um acaso não foi a festa do filho dos Luxigham?
-Yan, eu acho que era o nome dele. Mas eu não me lembro direito.
-Sabia que Yan está morto?

Nesse momento eu esperava acordar com o despertador ao lado da minha cama, me tocar que era só um pesadelo muito maluco e continuar a minha vida normalmente. Esperei vinte segundos isso acontecer, e quando vi que não ia dar certo comecei a chorar.

-Está chorando por Yan e nos fala que não o conhecia, Anna?
-Não estou chorando por ele, porra. Estou chorando por isso tudo que está acontecendo comigo. Quem são esses dois? Quem era a Flávia e quem é Gabriel? E por que estão culpando ele e a mim pela morte de pessoas que eu mal conhecia?

Eu estava soluçando e meus pensamentos corriam a milhão dentro da minha cabeça.

"Eu moro aqui. Bom, estou de mudança pra São Paulo, mas tenho roupas, devem servir em você."

"Tem a festa do Yan, na próxima sexta. Ele é herdeiro dos hotéis Luxigham. Vai ser uma festa imperdível. Soube que bebidas e drogas não serão problemas. Você devia vir com a gente."

"Você devia vir com a gente..."

"Você devia vir com a gente..."

"Vai lavar esse rosto e passar a maquiagem de novo. Esse idiota te fez borrar tudo"

"Não entendo o que está acontecendo, mas se eu não ficar meio "desligada" o tempo todo, tenho medo de você enxergar a pessoa chata e infeliz que eu realmente sou e isso significaria voltar a viver sem você..."

As frases dos ultimos meses não paravam de ecoar. Senti que eu precisava ficar longe de tudo e de todos. Meu corpo entendeu. Desmaiei.
Eles disseram que a minha pressão baixou, pra mim tanto faz. Quando eu acordei eu estava numa sala vazia. Tinha um daqueles espelhos falsos, e do outro lado policiais com certeza estavam esperando descobrir alguma coisa. Mas espere um momento, quem estava ali sentado todo de branco? Ele se virou.

-Até que enfim acordou. Realmente você tem um organismo muito fraquinho, minha querida. -disse Gabriel de um jeito sério e fez uma cara que dizia claramente "Cuidado com o que vamos conversar aqui".

6 comentários:

@Vehfire 7 de agosto de 2010 às 16:03  

Ahh meu dellls! Will puta merda! quem será que eram esses dois de verdade??
Ahh, eu adorei!
Será que eles só queriam ferrar com a vida da Anna? pq o gabriel é perigoso, procurado pela polícia? ahhh! que venha o próximo!

amei
vc arasou! como sempre!
sz

Willian Lopes de Sousa Augusto 7 de agosto de 2010 às 16:45  

ai o suspense só aumenta !! então em que a Flavia e o Gabriel estavam metidos!!?? Coitada da Ana mais essa agora...mais um pouco a coitada se suicida de vez...rsrs(a la pulsos)
Maravilhoso o capitulo, deu uma guinada fantastica! uma ação a mais!
ansioso agora pelo proximo! Foda Will!!

Unknown 7 de agosto de 2010 às 16:57  

nuss
entrou de gaiata no navio
entrou.. entrou... entrou pelo cano

uhauahua

tensooo
de stand by pelo próximo

abçs

Lucas Menon 7 de agosto de 2010 às 19:40  

se é para brincar de suspense policial vamos brincar, so não reclamem e NEM TIREM IMAGENS Q EU JUGAR LEGAL PARA O MEU POST, OK?

sem mais

Willian Lopes de Sousa Augusto 8 de agosto de 2010 às 00:21  

ai que medo agora..rsrsrs já estou ate imaginando as imagens..rsrs (agatha christh?)rsrs

PC Guimarães 11 de agosto de 2010 às 23:46  

Rapaz, mas que coisa mais doida. O melhor romance que já li!

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